Quando Emma tinha 6 anos, os médicos ficaram sem opções tradicionais
para tratar a leucemia. Desesperados, os pais recorreram ao tratamento
experimental no Hospital da Criança da Filadélfia, em abril. O
tratamento não deu resultados no início - na verdade, quase matou a
menina.
Contudo, sete meses depois, a criança se recuperou e o câncer entrou em
completa remissão. Ela se tornou uma das primeiras pessoas em que os
médicos conseguiram reprogramar o sistema imunológico para combater um
tipo de câncer.
"Nosso objetivo é conseguir uma cura, mas não podemos dizer essa
palavra", diz Carl June, líder da equipe que estudo o tratamento, da
Universidade da Pensilvânia. O médico espera que a nova técnica
substitua o transplante de medula, um procedimento mais perigoso e caro e
que atualmente é a última esperança de casos como leucemia.
O Dr. June cita outros três casos que tiveram remissão completa - sendo
que dois não mostram sinais da doença há dois anos. Outros quatro não
tiveram remissão total; outro foi tratado muito recentemente para se
tirar conclusões; uma criança melhorou e depois teve uma recaída; em
dois adultos, o tratamento não funcionou.
Segundo o jornal, apesar dos resultados mistos, especialistas dizem que o
estudo é uma grande promessa, porque nesta fase de teste os casos eram
aqueles considerados sem esperança. "Eu acho que é um grande avanço",
diz Ivan Borrello, professor da Universidade Johns Hopkins. Outro
pesquisador, John Wagner, da Universidade de Minnesota, chama os
resultados de "fenomenais" e diz que eles têm "o que nós temos
trabalhado e esperado por, mas não temos visto com esta extensão".
Agora, uma grande farmacêutica - a Novartis - investiu US$ 20 milhões no
estudo para que os médicos o levem ao mercado.
Como Funciona
A aids é uma doença que ataca o sistema imunológico - e o HIV é muito bom em inserir seu código genético nas células que deveriam nos defender. Foi por causa dessa característica que os cientistas usaram unidades "desligadas" (que não causam a doença) do vírus para inserir material genético nas células-T (do sistema imunológico). Os médicos retiram milhões destas do corpo da paciente e usam o HIV para "reprograma-las". As T são jogadas de novo no sangue, irão se reproduzir e atacar o câncer.
A aids é uma doença que ataca o sistema imunológico - e o HIV é muito bom em inserir seu código genético nas células que deveriam nos defender. Foi por causa dessa característica que os cientistas usaram unidades "desligadas" (que não causam a doença) do vírus para inserir material genético nas células-T (do sistema imunológico). Os médicos retiram milhões destas do corpo da paciente e usam o HIV para "reprograma-las". As T são jogadas de novo no sangue, irão se reproduzir e atacar o câncer.
Curiosamente, um sinal de que o tratamento está funcionando é que o
paciente irá se sentir terrivelmente doente, com febre alta e calafrios,
além de perigosas quedas de pressão e até edema. Foi essa reação que
quase levou Emma a óbito. O caso dela foi tão extremo que os parentes e
amigos foram chamados para se despedir da pequena.
Contudo, os exames indicaram uma reviravolta no caso dela - eles
apresentaram um alto nível de uma substância chamada de interleucina-6
(IL-6). Os médicos deram um remédio (usado em pacientes com artrite
reumatoide) para baixar o nível da substância e Emma melhorou.
Próximos Passos
Os cientistas afirmam que a pesquisa está ainda nos seus passos iniciais e muitas questões precisam ser respondidas. Os pesquisadores não têm certeza, por exemplo, porque o tratamento funciona em alguns casos, mas falha em outros.
Os cientistas afirmam que a pesquisa está ainda nos seus passos iniciais e muitas questões precisam ser respondidas. Os pesquisadores não têm certeza, por exemplo, porque o tratamento funciona em alguns casos, mas falha em outros.
Além disso, as T modificadas atacam outro tipo de células, o que deixa
corpo vulnerável a certos tipos de infecções. Emma e outros pacientes
precisarão de tratamentos regulares para evitar essas infecções.
Apesar disso, os pais afirmam que a menina já voltou à escola e passa
bem. "Chegou a hora de ela voltar a ser uma criança, de ter sua infância
de volta", diz o pai da criança.
Terra
