Enquanto
os gastos federais com mensalidades de alunos em universidades privadas
por meio do Fies (Financiamento Estudantil) dispararam a partir de
2010, o ritmo de matrículas no ensino superior caiu. Daquele ano até
2014, o custo do programa cresceu 13 vezes – saltou de R$ 1,1 bilhão
para R$ 13,4 bilhões, em valores corrigidos -, mas a média anual de
aumento de alunos nas instituições particulares passou de 5%, entre 2003
e 2009, para 3% de 2010 até 2013.
Criado em 1999, o Fies teve uma explosão de contratos após mudanças
promovidas em 2010 para elevar as matrículas na rede privada, conforme
anunciado na época. “O Brasil precisa chegar a 10 milhões de matrículas
no ensino superior”, afirmou o então ministro da Educação, Fernando
Haddad (PT). Os juros caíram de 6,5% para 3,4% ao ano, abaixo da
inflação. Além disso, o financiamento pôde ser obtido a qualquer
momento, a exigência de fiador foi relaxada e o prazo de quitação,
alongado.
Levantamento do Estadão Dados, com base em informações do Portal da
Transparência e microdados do Censo da Educação Superior, mostra que,
desde então, o número de alunos no Fies subiu 448% – de 150 mil, em
2010, para 827 mil em 2013, último ano em que há dados do censo. O total
de alunos na rede privada subiu apenas 13% – de 3,9 milhões para 4,4
milhões.
Após a reeleição de Dilma Rousseff, o MEC (Ministério da Educação)
decidiu restringir o acesso ao Fies. Agora, os alunos devem obter ao
menos 450 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) – antes,
bastava ter participado. Segundo a pasta, a mudança tem como objetivo
melhorar a qualidade do ensino.
Em nota, o MEC informou que busca “sempre aprimorar os processos com o
objetivo de garantir mais oportunidades”. O Estado procurou três
entidades que representam o setor – Associação Brasileira de
Mantenedoras de Ensino Superior, Sindicato das Mantenedoras de São Paulo
e Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Educação Superior -,
mas nenhuma se posicionou. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
Do UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário
ATENÇÃO! Regras de comentários:
1– Poderão ser recusados os comentários anônimos ou assinados com e-mail falso;
2 – Serão, automaticamente descartados os comentários que contenham insultos, agressões, ofensas e palavras inadequadas.
3 – Serão excluídos, igualmente, comentários que contenham material publicitário, ou propaganda político-partidária. Que tratem de temas alheios aos abordados no contexto da matéria comentada;
4 - Os comentários publicados poderão ser retirados a qualquer tempo, em caso denúncia de violação de alguma das regras acima estabelecidas.